quarta-feira, 21 de setembro de 2011

pau

essa vida ta mais dura
do que pinto de tarado
sentimento que perdura
nao dá pra deixar de lado...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

bolachas

Acho que tá na hora de apagar a luz. Já passei tempo demais aqui tentando pensar e pensando em como entender as coisas todas que ocorreram-me nos últimos dias. A verdade é que é tudo tão difícil, tanta coisa pra assimilar de uma vez só e - ah, portentosa tarefa! - é necessário manter o equilíbrio. Aprendi que quem pensa demais não se equilibra, começa a pender pra um dos lados e a corda é fina demais pra aguentar o ângulo do corpo que pendula. Me disseram certa vez que somos um conjunto de memórias. Sim, um conjunto de memórias, experiências, toques e sentidos. E mesmo assim parece que isso é tão em vão!, pois ah, se eu me lembrasse de fato de dores passadas saberia melhor como decidir. Mas é que a lembrança nos dá só imagem, o sentido fica esquecido lá no fundo do que somos. Por isso depois de tempo, quando resta só cicatriz, só resta uma angústia sem significância, sem se saber o sentido. E por isso mesmo também não ponderamos. Não há nada que sirva para comparação.
É que o nos afeta é só o que a gente sente.

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Descobri depois que paixão é uma fome que a gente compartilha. A bolacha é pouca pra dois e dois estômagos grandes demais.
"Ele não merece meus carinhos. Talvez os beijos, mas não os carinhos. Que os beijos são apenas o movimentar da língua, meus carinhos sempre foram uma explosão do âmago, no tilintar da alma, os sentimentos todos transcritos em gestos.

O poderei beijar como se o mundo inteiro o estivesse beijando, mas os dedos meus não tocarão mais o macio de tua boca em qualquer significância - mesmo por agora já ser áspera."


Trecho de algo em desenvolvimento, não sei ainda o que vai virar. Por enquanto, que seja um desabafo.

mal educada

perdão
se sou filha de exú
se meus modos são maus
se não sei ponderar

perdão
se eu falo bem alto
mesmo sem gritar
pra calar o teu xingo

perdão
se te falo do falo
se sussurro bobagens
se te torno tão duro

perdão
se te pego no pau
te seguro no escuro
e na luz vou embora
sem parar de querer-te

peço desculpas, mas nao paro jamais.

estação

soneguei o imposto
do que foi imposto
por tua tirania.
enlaçada fui nesta doentia

relaçao de calamidades,
onde as, todas, verdades
foram sempre encobertas
pelo teu cinico sorriso, coberta;

mas o gelo do frio agora passou
e de bem mansinho chegou
o calor que te prometi mostrar
que iria luzir - queimar.

essa tua cara de cera
que fazia sempre brincadeira
quem te quis bem fazer
daquele jeitinho (que ninguém mais vai fazer...)

a ruidosa

E não sou eu mesma. Apenas por mim, não existo. Antes, sou o tilintar do âmago de alguém, sem importar quem seja.

* Um pseudônimo.